Deni Zolin: com proibição do consumo de álcool, bons pagarão pelos arruaceiros

Proibir ou não o consumo de bebidas alcoólicas em via pública entre meia-noite e 7h, conforme aprovado pela Câmara e que deve ser sancionado pelo prefeito, nunca vai ter consenso. Pelo ideal, não deveria haver esse tipo de proibição. Afinal, não dá para generalizar de que todos que ficam bebendo na madrugada causam problemas. Mas, no Brasil, infelizmente os bons pagam pelos maus. Muita gente que fica se divertindo sem causar transtornos terá seu direito impedido, porque as forças policiais não conseguem fazer cumprir as leis do sossego público e foi preciso aprovar outra lei mais restritiva.É como no caso da lei seca ao volante. Como as polícias não conseguiam fiscalizar de forma efetiva os bêbados que provocavam acidentes graves, optou-se por proibir totalmente o uso de álcool ao volante. Então, aquela pessoa que tomava só um copo de cerveja, bebendo socialmente, passou a ser impedida de fazer isso e dirigir. Até porque, antes, havia um limite para beber e dirigir, que era tolerável pelas próprias autoridades, mas foi extinto. Claro que há vantagens nisso, mas acabou-se privando as pessoas de se divertir.

Arruaceiros vão respeitar nova regra?

Por outro lado, as leis do sossego público já existem, mas uma pequena parcela de arruaceiros não respeita os moradores do entorno e, muito menos, a polícia. A Brigada Militar vai nos locais para coibir rachas e som alto, mas basta os policiais saírem para os bagunceiros voltarem. Diante de pessoas assim, se não houver leis mais duras, qual seria a alternativa para fazê-los respeitar o sossego? Essa nova lei tenta ser mais uma ferramenta para que as forças policiais coíbam os abusos dos arruaceiros. Tomara que ajude a amenizar o problema. Mas fica a dúvida: será que esse tipo de gente, que não respeita o sossego, vai respeitar essa nova regra?

Prefeito fala se vai sancionar ou não projeto que proíbe consumo de bebidas na rua

Local com estrutura seria alternativa?

O presidente do Sindilojas, Ademir José da Costa, diz que foi contra a lei e avalia que o ideal seria obrigar que essas revendas de bebidas tivessem banheiro e estrutura para atender os clientes. Para isso, seria preciso mudar o Código de Posturas. Dessa forma, haveria opção para a clientela não precisar fazer das ruas um banheiro, por exemplo. E também dificultaria a abertura de revendas em qualquer janela.Algumas pessoas sugerem que a cidade deveria preparar locais para os jovens irem se divertir e que não atrapalhassem os moradores. Porém, para quem anda com som a todo volume e não respeita ninguém, será que iria realmente para um local que a prefeitura determinasse? Duvido.